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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cardápio contra a ansiedade


Viver agitado e com um emaranhado de preocupações na cabeça não só prejudica o humor como faz o ponteiro da balança disparar. Por isso, dê um tempo e invista em nutrientes pró-calmaria

Pense em quantas vezes você desejou que o dia tivesse 48 horas para cumprir todas as tarefas e, ante a impossibilidade de esse milagre acontecer, passou o tempo todo correndo de um lado para o outro. Foram muitas, certo? Pois saiba que a tensão constante causa alterações no humor e, acredite, no peso. "A ansiedade nas alturas contribui para a produção de cortisol, um hormônio associado ao acúmulo de gordura no abdômen", conta Fabiana Honda, nutricionista da PB Consultoria em Nutrição, na capital paulista. Uma maneira consagrada de apagar o pavio desse estresse é fazer exercícios. Mas não é a única.

"Há estudos que apontam a relação entre certos nutrientes com uma menor agitação", diz Ana Paula Fioreti, coordenadora do curso de nutrição da Universidade São Francisco, em Bragança Paulista, no interior do estado. Um desses trabalhos foi publicado recentemente pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos. Nele, os jovens que receberam suplementação de ômega-3 apresentaram uma redução de 20% nos níveis de ansiedade quando comparados a quem consumiu cápsulas inócuas. "A dieta exerce um papel importante no controle dos ânimos", reconhece o médico Walmir Coutinho, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. "Mas nenhum alimento é mágico." Patrícia Spada, psicanalista e doutoranda em nutrição na Universidade Federal de São Paulo, concorda: "O tratamento é multidisciplinar". Ressalvas feitas, confira, nas próximas páginas, nutrientes que deixam tanto o cardápio quanto a sua mente mais equilibrados.

Ômega-3


Para os pesquisadores da Universidade do Estado de Ohio, a suplementação com essa gordura benéfica brecaria a ansiedade ao reduzir a concentração de citocinas, substâncias consideradas pró-inflamatórias. A nutricionista Fabiana Honda informa outro possível mecanismo: "Os ômegas 3 e 6 facilitam a atuação de neurotransmissores como a serotonina, que cria a sensação de bem-estar".
Fontes: linhaça, óleos vegetais, azeite de oliva e peixes de água fria, como atum, sardinha e salmão

Triptofano


Esse aminoácido essencial é precursor da tal serotonina. "Pessoas com concentrações normais da substância têm menos episódios de ansiedade", afirma Priscila Meirelles, nutricionista funcional de Pelotas, no interior gaúcho. Aposte também em carboidratos complexos, como os cereais integrais, que estabilizam os níveis de insulina. É que esse hormônio, responsável por botar o açúcar para dentro das células, deixa o triptofano mais disponível no sangue.
Fontes: banana, leite, arroz integral, soja, feijão, chocolate amargo, peixe, aves, carne bovina, manga e abóbora

Magnésio


Segundo Fabiana, a enzima que converte o triptofano em serotonina é dependente desse mineral e, daí, sua presença ajuda a acalmar os nervos. "Além disso, o magnésio bloqueia um receptor chamado NMDA, que causa uma excitação exagerada no cérebro. A consequência são sintomas como irritação, ansiedade e estresse", conta Ana Paula Fioreti, da Universidade São Francisco.
Fontes: cereais e grãos integrais, abacate, nozes, castanhas, amêndoas e vegetais folhosos

Vitamina C

"Estudos com cobaias mostram que ela ajuda a reduzir a produção de cortisol, hormônio do estresse", conta Fabiana Honda. E esse não é seu único trunfo: ela combate os radicais livres, moléculas nocivas que fazem a festa em momentos de tensão.
Fontes: acerola, limão, laranja, morango, caju, brócolis e rúcula

Arginina e lisina

Pesquisas indicam que combinar esses dois aminoácidos diminuiria a concentração de cortisol pelo corpo, garantindo uma baita tranquilidade. "A forma de ação, porém, ainda não é conhecida", avisa Fabiana Honda.
Fontes: cacau, nozes, castanha de caju e semente de girassol

Cálcio

Entre suas tarefas estão administrar a transmissão de impulsos nervosos e, junto com o magnésio, gerenciar a contração muscular. A ausência do mineral, afirma Ana Paula Fioreti, é capaz de gerar uma senhora agitação. Fontes: leite e derivados, vegetais verde-escuros, salmão e gergelim
Fontes: leite e derivados, vegetais verde-escuros, salmão e gergelim

Complexo B

Todas as vitaminas desse grupo mantêm o corpo em ordem. Mas, de acordo com Priscila Meirelles, a B6 e o ácido fólico são essenciais para a formação do neurotransmissor serotonina. "Sem essa dupla do complexo B somada ao triptofano e ao magnésio, ele não é criado."
Fontes: feijões, lentilha, grão-de-bico, cereais integrais, aspargos e couve

Sossego pós-malhação
De acordo com Felipe Schuch, educador físico e doutorando em psiquiatria na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a UFRGS, as evidencias levam a crer que os exercícios acalmam os nervos porque estimulam a liberação de uma substancia chamada endorfina. "Até agora as atividades aeróbicas, como corrida, pedalada e natação, mostraram.se mais eficientes nesse sentido", completa. Mas para a sessão de descarrego funcionar mesmo e preciso escolher o horário do treino com cautela. Afinal, malhar a noite pode atrapalhar o sono de muita gente e tornar o dia seguinte um verdadeiro pesadelo.




por Thaís Manarini 

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Remédio feito de erva pode substituir emagrecedor restrito pela Anvisa

Estudo sugere que extrato de plantas tem mesmo efeito que a sibutramina.
Médicos ouvidos pelo G1 dizem que testes com humanos são necessários.Uma pesquisa comparou a sibutramina – um remédio para emagrecer – à Pholia Negra – uma substância feita a partir de plantas – e sugeriu que os dois podem ter o mesmo potencial para reduzir o peso das pessoas. O estudo pré-clínico foi feito com ratos nos laboratórios da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP), sob a orientação da professora Maria Martha Bernardi.
A sibutramina está na mira da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em fevereiro, o órgão manifestou interesse em proibir remédio e outros três inibidores de apetite – femproporex, dietilpropiona e mazindol – porque acreditar que os efeitos colaterais poderiam ser superiores aos benefícios adquiridos. Esses emagrecedores podem ser banidos no país ainda em 2011.
A Pholia Negra é um extrato natural de várias ervas brasileiras. Seus produtores afirmam que ela aumenta a sensação de saciedade porque retarda a digestão. Hoje, a substância é registrada junto à Anvisa como um insumo e, na teoria, pode ser consumida como complemento alimentar, mas não como remédio.
O estudo
Os pesquisadores engordaram os ratos e os dividiram em dois grupos; um tomaria a Pholia Negra e o outro receberia a sibutramina. Ao fim de um mês, os dois grupos tinham emagrecido na mesma medida.
"O que a gente fez foi um estudo pré-clínico", ressaltou Bernardi. "É um estudo com animais para prever efeitos no ser humano". Questionamento Para médicos consultados pelo G1, o estudo pré-clínico é insuficiente para que os pacientes recorram ao fitoterápico. "Enquanto não comprovar no ser humano, não vale nada esse estudo dizendo que a Pholia Negra emagrece", afirmou Márcio Mancini, endocrinologista e ex-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). Das dez substâncias mais tóxicas do mundo, nove são naturais" Anthony Wong, toxicologista O toxicologista Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clinicas da Universidade de São Paulo (Ceatox), também disse que esse estudo ainda não pode ser aceito pela comunidade médica, pois os testes com ratos devem ser apenas uma etapa do processo. Depois, é preciso desenvolver a pesquisa com animais maiores – não-roedores – e, por fim, com humanos, antes que um produto possa ser considerado eficaz e seguro como remédio. Wong falou ainda que o fato de o fitoterápico ser derivado de uma planta não é garantia de segurança. "Das dez substâncias mais tóxicas do mundo, nove são naturais", afirmou o toxicologista. Para Mancini, da Abeso, há interesses comerciais nessa área, que atrapalham a divulgação de informações confiáveis. "Existe um mercado que explora a esperança do obeso", apontou o endocrinologista. Para Wong, o uso de substâncias para ajudar na perda de peso sempre traz efeitos colaterais. O toxicologista faz parte do grupo de especialistas da Anvisa que propôs a proibição dos inibidores de apetite e não acredita em fórmula mágica na luta contra a balança. "Você tem realmente que controlar a ingestão de alimentos e ter hábitos saudáveis de vida", concluiu.